Veneza

Hoje fiquei estarrecida com as notícias dos jornais. Uma maré alta foi a 1,50m nas ruas de Veneza. A foto mostrava a Praça de São Marcos na altura da cintura de turistas. Fiquei pensando se isto tivesse acontecido quando eu estava lá. Seria terrível!
Ao chegar em Veneza nos deparamos com uma neblina muito baixa e achamos que o velho ditado poderia fazer jus: serração baixa, sol que racha! Mas não foi assim. Todos os dias foram nublados e com alguma serração. Até choveu, no último dia, mas não perturbou nossa visita, não comprometeu a beleza da cidade.
Basicamente ela fala por si e todos sabem o que esperar por lá: algo indescritível! Ruas são canais, seja ele o grande ou os pequenos que desembocam nas portas de muitas casas. Quando você caminha por Veneza deve ter a percepção que está pelas laterais e fundos das residências. Somente compreenderá o que estou dizendo se fizerem um passeio com o Vaporetto (ônibus aquático), táxi (lancha) ou por gôndolas, aliás carésimas, mas se você for “in love” e com euros suficientes para dispor, faça.
Enquanto você estiver no fluxo de pessoas saberá que está no caminho certo, ou seja, aquele que leva a Praça de São Marcos ou a Ponte do Rialto. Porém, se você não percebe mais que o fluxo anda na sua frente ou atrás de você, então pode estar certo, você está perdido. E esta é a melhor parte! Estar perdido em Veneza é descobrir algo que muitas pessoas podem não ter visto, e tudo é lindo! Na verdade você perceberá que ir em linha reta em Veneza, bem, sejamos mais claro, na Itália, é andar como cachorro, em zig zag!
Outra situação, assim como em toda a Europa, em Venza não é diferente, apenas mais constrangedor. Banheiros são raros e constam nos mapas e são sinalizados junto com as setas que levam ao Rialto e a São Marcos. No caso de necessidade extrema, pare em algum bar ou restaurante, compre um café e seja feliz! Sai mais barato ou o mesmo preço que entrar no banheiro, pois lá se paga para usar os banheiros públicos, que diga-se de passagem, são suuuuper liiiiimpos! (no caso de Veneza, vou deixar claro, pois em Roma....melhor deixar para lá...)
Vá a todos os locais que lhe indicarem, mas não deixe de ver o bairro da Salute onde há a Igreja e a coleção da Peggy Guggenheim (www.guggenheim-venice.it) , que aliás não pude conhecer porque estava fechada, mas bastou o portão de entrada para perceber que o restante deveria ser lindo! Vá a Murano e não deixe de ir a Burano, principalmente se for no verão europeu. Lá a cor vibra como em nenhum outro lugar da Europa, da Itália, talvez apenas em Aruba e colônias Holandesas solares.
Quando chegar em Veneza, opte por parar em suas cidades satélites. Lá a mare não sobe e você não ficará ilhada. Talvez não seja tão romântico, mas é mais seguro. Quando a maré sobe toca uma sirene, tipo ataque aéreo, para avisar do que está acontecendo. Quando isso acontece, mesmo sendo pouco, eles colocam rampas, tablados de madeiras, por onde se passa. Na minha ignorância, apenas podia mensuras alguns centímetros, mas pelas fotos pude perceber que poderiam ter sido mais.
Eu fiquei hospedada em Mestre. Uma cidade onde quem trabalha em Veneza reside. Linda e bem tratada. Um lindo satélite!
Imediatamente coloque seu tênis, pois assim como eu poderá perder o salto da sua bota ou sapato e, encontrar um sapateiro é possível, mas voltar a encontrá-lo poderá ser uma gincana!
Lá existe a ponte dos Suspiros. No nosso caso, ela foi um suspiro de desanimo, pois estava toda coberta por tapadeiras e intransitável. Conta à história que todas as pessoas que ali passavam sabiam que estavam indo para a morte. Daí o nome...mas hoje a conotação é lúdica e romântica...sinal dos tempos!
Enfim, nesta época do ano não senti o mal cheiro famoso que existe por lá por causa a algas. Gaúcho de Porto Alegre que tem muitas vezes do ano um vento contra que trás o cheiro da Aracruz não se assusta com alguns cheirinhos que saem de algum boeiros em Veneza.
Ao andar por lá lembre-se de mim, pois se tiver a dúvida de para onde olhar estará certo de que a beleza está no chão e nos tetos. Os pisos de Veneza são famosos, mas apenas andando por eles saberá o porquê. Fiquei tão louca pelos pisos que comprei o livro, pois fotografá-los é proibido. Coisas de Veneza: pisá-los é permitido, a água ficar por cima e até estragá-los é permitido, mas fotografar é proibido. Mesmo assim, em alguns momentos, sem flash pude fazer isso. Mas o livro...Ah! Que delírio! Ela é a cidade dos mosaicos, então seus pisos são tapetes rendados, onde o que não é pedra é vidro! São lindos!
Agora, vou parar de falar e mostrar algumas fotos e, se puder, alguns vídeos que fiz.
Bom proveito!
Bonna Sera!

Para não dizer que não olhei para os tetos

Nem a chuva atrapalhou

E mesmo assim ela continua linda!


O ataque das pombas! Para conseguir esta proesa basta mostrar uma migalha de pão!



O portão já é uma obra prima



Um pequeno canal onde só entram gôndolas e táxis



A caminho da Salute uma foto, apenas porque a escultura é píu bella!



Comendo um sanduíche roubado do hotel, no Vaporetto

A decepção na ponte dos Suspiros

As eternas gôndolas

A feira em Murano

A ponte do Rialto à noite

Os canais à noite

As lindas máscaras impagáveis

Pasmem, são em vidro...de Murano

Alguns pisos

Mais pisos para depois comprar o livro!

Os cavalos roubados da Praça de São Marcos por Napoleão e que depois retornaram para Veneza, mas para dentro da Igreja, assinhó, só por segurança, né?

Na frente da Igreja de São Marcos com turistas tirando fotos sobre os tablados que soprepõem a maré quando sobe. Hoje eles também ficaram embaixo da água.

O canal grande com suas paradas de Vaporetto, táxis e gôndolas

As máscaras também podem ser comestíveis. São pães!

Se você se perder é só achar o fluxo e ir atrás...na Bahia basta ir atrás do trio elétrico!

Roupas, vitrines e bares. Uma mistura típica.

Disfarçando para tirar uma foto com o gondoleiro

Uma esquina

As portas laterais de uma casa num canal pequeno em dia de maré normal

A largura de uma das ruas e sobre os tablados. Quanto centímetros de água havia embaixo? Sei lá, mil coisas..... Já pensou? Você pode dar um café quente ao seu vizinho, de rua...é claro! Mano-a-mano, por óbvio!