domingo, 28 de novembro de 2010

Crise de identidade

Com a experiência da exposição percebi que criei um problema. Eu criei? Não sei, acho que ele se criou sozinho.
Vou explicar: Simone Guardiola e Nina Shô são a mesma pessoa.
Há uns 300 anos atrás, quando tive que criar um nick eu não queria usar o meu nome foi que tudo começou. Hoje ainda acho que é muito exposição, no caso de SPAM. Então pensei em colocar o apelido que meus sobrinhos tinham me dado. Vocês sabem que criança complicam os nomes e acabam ficando graciosos. Assim, Simone virou Shomone, que virou Shosho e acabou simplificado como Shô. Pelo número de caracteres que pedia testei Shosho: não deu. Testei Shomone: não deu. Então descobri que Sho - com acento ou sem acento - é um nome chinês. Me danei!
Enquanto estava fazendo isso escutava um som da Nina Simone. Pensei, vou usar isso! Mas também achei que não era justo, pois estava me apropriando de uma diva.
Então ocorreu a fusão, que contemplava tudo: diferente e com o número de caracteres. Testei nina.sho. Bingo!
Assim nasceu o nick e depois o que aconteceu eu não previ. As pessoas respondiam para mim assim: Olá Nina! Olá Nina Shô! Isso acontece até hoje mesmo tendo o meu nome em todos meus emails. Nina Shô virou uma entidade com vida própria!
Então, um dia acordei e resolvi ver uma assinatura oficial para Nina Shô. Ela tinha crescido sozinha e já estava adulta demais para exterminá-la. Confesso que gosto do que aconteceu. Acho Nina Shô sonoro, simpático e gentil.
Então o que é pessoal é Simone, e o que é da parte da arte e pública é Nina Shô.

Acho que deu para explicar um pouquinho dessa crise de identidade que aconteceu pelos corredores da exposição quando as pessoas me perguntavam exatamente quais eram meus trabalhos, pois só tinham telas assinadas pela Nina Shô...

Então, curtam um som da Nina Simone enquanto eu assino logo abaixo!

Nina Simone - Don't let me be misunderstood

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Violão

Num post sobre customização, lá em junho de 2010 - ...nossa, quanto tempo! - eu perguntei o que fariam com um violão retirado de uma caçamba de demolição que estava na rua. Bem, eu recebi várias opiniões e adorei todas, mas eram com pintura. Achei ótimo! Mas não era o que eu tinha em mente no momento. Então fui atrás das minhas ideias.
Confesso, já faz tempo que ele está pronto, mas meu tempo de fotografar durante o dia era restrito (tempo e lembrança. Ah, o alemão!). Bem, agora ele foi para a exposição. Hoje tirei fotos de dia. Dia nublado, mas dia, e junto ao quadro que sempre achei que ele deveria fica, o Pilintra's Soul.
Sim, esse quadro tem a alma do Pilintra. Para quem não sabe, Pilintra é o marido da pomba gira, um homem do mundo, da rua, do sexo. Deve ser por isso que a imagem dela é tão forte e furiosa, hihihihihihi... Esse quadro não foi feito para retratar a imagem do Pilintra original, mas fatos aconteceram enquanto eu o estava pintando.
Vou contar: meu professor de pintura olhou o projeto e disse: Não gostei. Esse cara parece aqueles violeiros de rodoviária de interior. Estupefata, retruquei: Como assim?! Ele é um bluzeiro de New Orleans! Ele rebateu: Tua imaginação é fantástica!
Bem, fui para casa arrasada...
Passado um tempo, eu ali, remando no término do quadro, chegou uma prima que é espírita e também pinta. Olhou o quadro e disse: É o Pilintra? Eu disse: Como assim?! Então, ela explicou quem ele era... Eu disse: é um bluzeiro de New Orleans. Ela amenizou: Não importa. Está lindo!
Continuei, já em tempos de não aguentar mais a sua pintura nos acabamentos na aula, e comentei o que minha prima havia dito. Então, meu professor disse: Bem, vou confessar. Desde a primeira vez que vi, ele me pareceu o Pilintra. Horrorizada, eu disse: Como assim!? Tu também? Bem capaz!...

Então, Pilintra's Soul e o violão ficaram juntos. Todos com alma de boemia, de noite, de vida, de sexo e sei lá mais o que. O que mais você acha?
Amanhã mais fotos da exposição, em primeira mão!

PS: A repercussão está tão grande que tirando os já vendidos anteriormente, se lá não vender nada, não importa. O ego está alimentado! Você sabe o que é expor onde você trabalha? Então...

O violão, lá em idos tempos de postagem, saído de uma caçamba de demolição
Na exposição, customizado e fazendo sucesso, pois todos perguntam se ele pode tocar. Eu não coloquei os acessórios de som, mas acho que deverá tocar. O Pilintra's Soul está ao lado...ou seria o bluzeiro...ou o violeiro de rodoviária das cidades do interior? Faça seu palpite!


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Exposição Cenários mostra pintura e patchwork

Começou hoje (22/11) e vai até 3 de dezembro a mostra de arte ‘Cenários’, das artistas Simone Guardiola e Angela Garcia Verdi. Mixed media, Patchwork e pintura sobre tela se aconchegam no cenário, de forma solta e surpreendente.

As obras são puro talento. Simone faz Patchwork há dez anos. Desde então, numa longa caminhada, entrou em contato com um número variado de técnicas, começando com a geometria tradicional e o folk americano, passeando pelo quilt contemporâneo, pintura de tecidos e por fim de telas. Seu trabalho é marcado pelo traço e pela cor. Atualmente faz parte do Grupo SOMA, composto por 26 artistas que participaram da Cowparade.

Angela se dedica ao Patchwork há 14 anos. Seu estilo é Amish e Contemporâneo. Inspirada em cenas, que lembram cenários antigos de filmes americanos, seu trabalho migra do tradicional para o contemporâneo trazendo um maravilhoso quilt feito à mão.

A exposição está na passarela do andar térreo do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, nº 300, e pode ser visitada entre 11h e 19h.
 

Eu fui. E você?

No sábado que antecedeu ao show de Macca acordei com helicópteros batendo suas pás sobre minha cabeça. Era Sir Paul McCartney chegando ao bairro. Chegou alegre e cortês como o Lorde que é. A banda já estava no hotel desde sexta e aproveitando o tempo quente tomando cerveja no Oca de Savoia. Paul apenas saiu para cumprir seus compromissos e isso era avisado aos vizinhos com sirenes e helicópteros. Assim sabíamos: Paul saiu; Paul chegou. Quando à noite caiu ninguém pensaria que um Beatle dormia ao lado. Tudo estava tranquilo.


Mas, domingo amanheceu efervescente e a vida se resumia ao antes e o após o show.

Mesmo que a fila de entrada fosse grande, observar a variedade do público, a animação das famílias, as músicas sendo cantaroladas em grupos, rever amigos que passavam, filhos, pais e avós unidos por um mesmo mito, foi o grande barato da espera.

Às 20h consegui entrar pelo portão 7 no estádio da Beira Rio e perceber aquele palco imenso crescendo em minha direção. Foi algo impressionante.

Britânicamente, às 21h, as luzes acendem e Paul dá Boa Noite à Porto Alegre.

Inacreditável! Um Beatle, a voz dos Beatles estava em solo gaúcho. Era real!... Impossível conter as lágrimas que ansiavam cair dos meus olhos e em todos os olhos dos que ali estavam. A voz uníssona de mais de 50 mil pessoas ainda ecoa na minha mente.

Não bastasse ter feito um show impecável, ter lavado nossa alma, realizado nossos sonhos e nos brindado com sua gentileza por 03 horas, Sir McCartney, sem necessitar agradar, resolve falar gauchês! A expressão "Bah, tri legal!" jamais será a mesma sem aquele sotaque britânico! E, ao perguntar ao público, já passadas duas horas de show - "Vocês estão bem? Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim! E ele responder: Nós, too. – pode-se perceber que sim, ele realmente se sentia bem em nosso solo.

Paul ainda nos homenageou com fogos de artifício, com a bandeira brasileira tremulante em suas mãos e com uma linda chuva de papéis verde e amarelo que foram gentilmente distribuídos pela brisa fresca e primaveril que soprava na beira do Guaiba sobre nossas cabeças. O tempo foi impecável para receber Macca, e nós abençoados.

Quando o sonho terminou e começamos a rumar para casa, Paul já estava sobrevoando a cidade rumo a Buenos Aires. Não tínhamos chegado em casa e Paul já deveria estar em Buenos Aires. Mas, nesse dia pudemos andar pelas ruas da cidade sem medo, todos juntos e leves. O impacto do espetáculo foi tanto que saímos mudos. Eventualmente uma lembrança forte era maior e lacônicamente um comentário era feito. A resposta era sempre rumorosa: Ahãm...Bah...

E, se fosse possível, para se despedir de Sir Paul McCartney eu gostaria de ter colocado uma faixa na entrada do aeroporto, nos moldes daquelas placas de cidades pequenas e hospitaleiras:

Come again, Paul! Porto Alegre appreciates your visit.



Cenas do show


Terminado o show as pessoas não queriam sair e ali ficaram, esperando algo a mais e recordando algo que jamais voltará a ser apresentado. Pois vocês sabem que Porto Alegre foi agraciada com este show porque o Maracanã não estava disponível. Não fomos a escolha, mas mostramos que poderíamos ter sido e que merecemos esses espetáculos!




 

Um tempo para mim

Nossa, muito tempo passou e tantas coisas aconteceram...
Me dei um tempo sem fazer nada. Absolutamente nada. Meu corpo e minha mente precisavam disso, e pediram isso. Então, eu aceitei.
Mas, apesar de não fazer nada, eu fiz muitas coisas....contraditório, mas real.
Olha só:
1) Não fiz nada
2) Comprei roupas de verão e arrumei as bainhas
3) Não fiz nada
4) Costurei umas roupas de verão para mim
5) Não fiz nada
6) Comprei livros e comecei a ler
7) Não fiz nada e segui lendo
8) Comprei entradas para o show do Paul McCartney
9) Fui ao show
10) Entrei em êxtase juvenil
11) Não fiz nada
12) Tive que começar a pensar na minha exposição individual
13) Entrei num grupo de artistas da Cowparade, que se chama SOMA, para um projeto em 2011
14) O grupo já cria outro projeto para 2011
15) O grupo já cria o terceiro projeto para 2011
16) Planejei e executei a exposição Cenários que começou hoje na sala de Artes do TRF4
17) Entrei na ativa novamente
18) Saio de férias em dezembro
19) Volto a não fazer nada
20) Férias, tempo de criatividade e esboços de projeto, ou seja, estou na ativa novamente.

UFA! 2011 não começou mas já mostra a quem vem!
Mas, mesmo assim, não ter feito nada por algum tempo foi muito bom.
Voltei a me reencontrar e isso é muito bom!
Vestindo a camiseta com uma expressão gaúcha que descreve tudo isso, me despeço para escrever outro post:
BEM CAPAZ! Rio Grande do Sul - Brasil.
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