terça-feira, 25 de novembro de 2008

Paris 1

Hoje retorno ao blog. Foi preciso alguns dias de repouso físico para começar a recuperar o organismo.
Chegar do "velho mundo" é renovar a energia vital da cultura, e retomar a vida normal nem sempre é fácil. Não pense que voltar é difícil ou amargo. Não! Voltar é bom! É bom dizer à aeromoça BOM DIA!, em português fluente e claro, pois sua mente não precisa estar atenta. Assim o bom dia é melhor!
Mas, como não poderia deixar de ser a pergunta foi: E Paris? Me conte tudo! E então vou contar minha viagem pela minha ótica, pelos meus momentos e pelas minhas conclusões.
Dizem que o francês tem empáfia. E tem. Mas tem motivos para isso. Paris é linda! Sua beleza começa a ser notada já desde cima, lá do avião! Os arredores de Paris são rendados. Seu solo é repartido em pequenas porções de terras e pode-se perceber que cada porção corresponde a um dono. O francês não é um latifundiário. Logo, este pedaço de terra é cultivado com a melhor uva, o melhor manjericão, a melhor erva de provence, ou seja, sempre o melhor, porque para o francês, fazer significa: fazer o melhor!
Ao chegar mais próximo da cidade ela segue linda! Os telhados de Paris são lindos! Não importa se na parte antiga ou mais nobre, se na parte mais suburbana e mais humilde e também mais nova. O que importa é que Paris tem sempre aquele telhado preto de onde sai aquela mansarda que tem flores penduradas. Olhando Paris do alto pode-se dizer que ela é plana, mas os prédios podem ter até 7 andares. Então, Paris é maravilhosamente baixa.
Paris é antiga, mas extremamente cosmopolita. Fico imaginando se ao nascer todos recebem a mesma informação: não buzine; sinalize com a seta para indicar seu rumo; de passagem a quem sinalizou na sua frente; respeite o ciclista e o pedestre. Então eles crescem e o trânsito parece fluir informalmente, charmosamente, silenciosamente, tranquilamente, seguramente... Pelas ruas pode-se ver muuuuitas bicicletas, muuuuitos automóveis pequenos para apenas duas pessoas, alguns táxis, poucos automóveis grandes, poucos ônibus de linha e de turismo, nenhum caminhão grande e nem pequeno e, por baixo das ruas, das ruas antigas de uma Paris do velho mundo, uma teia de metrô extremamente competente, limpa, segura, iluminada e pontualmente precisa.
Diziam também que o francês era rude chegando algumas vezes a ser grosseiro com o turista. Não foi isso que eu vi. Comigo eles foram gentis, sorridentes e atenciosos. Claro que toda a regra tem alguma exceção, pois afinal ao longo de 6 dias 3 pessoas terem acordado de mau humor pode-se chamar de exceção, né?
Já sei, já sei! Apenas isso já é o suficiente para você, mas tem mais. Perder-se em Paris é um privilégio! Em cada travessa pode-se encontrar uma ruela toda decorada de flores, uma praça com um lindo café e bicicletas estacionadas esperando seus donos. Em cada bairro é possível perceber seus negócios e então percebemos como somos influenciados pelos americanos. Os negócios franceses são pequenos e tem apenas uma pessoa para atender. Sua decoração vai até a rua e quem se enamora de algum produto leva-o até o interior da loja e pede para pagar. Se há outras pessoas na frente, todos esperam. Sim, há sistema de câmeras por todos os lados, mas eles não parecem preocupados com a moral daqueles que ali transitam. Elês tem certeza que receberam pelos produtos ofertados. Essa única pessoa que atende, na maioria das vezes é o próprio dono, que define a hora de abertura e fechamento. Assim, Paris caminha dentro de seu próprio tempo, tranqüilo tempo...
Os negócios são pequenos, mas a qualidade é grande. Têm-se a impressão que ninguém se estabelece para ser mais um e apenas para ganhar dinheiro vendendo um produto do qual não possam se orgulhar de fazer. E fazer com prazer. Parece que eles procuram a melhor matéria prima, a melhor apresentação, a melhor decoração. Os copos são todos de vidro. Você acaba por desconhecer a existência de copo descartável. Aliás, todos são taças, todos tem pé. Pedir o vinho da casa é natural, mas mais natural que isso é pedir a água da casa, ou seja, a água da torneira. E sabem como ela vem servida? Numa garrafa ou jarra linda!!! Não preciso dizer que a água da torneira é mais gostosa que aquela mineral servida na garrafa de plástico, certo?
As flores são mais flores, têm mais cor e são mais formosas. O chocolate tem mais gosto, os pães tem mais sabor e os aromas tem mais perfume. Inclusive os ruins!
Os parisienses não andam tapados de perfume, como sempre diziam os antigos, mas que alguns não tomam banho e acabam por arruinar um quarteirão, lá isso eu senti, in loco! Mas foram poucos...poucos...
Ao lado de um pequeno mercadinho tem uma floricultura, que ao lado tem uma padaria, que ao lado tem uma chocolateria e ao lado tem uma tabacaria. Todos estes aromas se misturam e são magníficos! E, talvez por causa disto, Paris tem, uma cor especial!
Nesta época do ano, outuno, vi um céu mais azul que nosso anil do hino, suas calçadas vão do vermelho alilazado, passando pelo laranja e chegando ao amarelo ouro. São as folhas de plátano que caem e cobrem as ruas dando um ar mais nobre a exata cidade encantadora!
Vejam as fotos e depois seguirá Paris 2 – mais uma parte.
Bonne nuit!








Pasmem, este é um fumódromo...




Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...