domingo, 23 de maio de 2010

Transferência de Imagem, Transferência de Impressão, Impressão

Em tecido, tela ,madeira ou papel. O que estas técnicas têm em comum ou de diferente?
Vou explicar.

Transferência de Imagem - você pega uma imagem de revista ou impressa especialmente para isso e passa para a tela, tecido, madeira ou papel. Ela fica sobreposta à fibra ou superfície, aplicada, e então você deverá proceder a técnicas acessórias para esconder esta sobreposição. Hoje você pode ir numa loja de informática, comprar um papel especial, imprimir em casa e transpor para sua camiseta com o ferro de passar. Vai ficar uma película plastificada, mas também será uma transferência de imagem...
Quando no tecido e no papel é preciso muito mais que verniz (a técnica mais conhecida e divulgada), mas sendo tecido, bem, o toque é tudo....
Dá para contornar? Se seu projeto for bem pensando. Costurar, ou seja, fazer um quilt é possível, se não for utilizado o papel comprado na livrarias.
Você também pode mandar imprimir em gráficas digitais sobre o tecido, mas depois de algumas lavagens ela começará a desbotar. Não fica um película sobre o tecido, porém eu apenas recomendaria se você quer fazer uma etiqueta para seus produtos.

Transferência de impressão - parece a mesma coisa, porém é bem diferente! Nada de foto, nada de revista, nada de impressão em papel sendo transferida para o outro elemento, no caso, tecido, papel madeira...
Para esta técnica é preciso mais elementos: telas serigráficas, tintas, lápis pastel e emolientes transferidores. A estampa depende de seu projeto e de sua idéia.

Essas duas técnicas dão ao tecido uma consistência mais rija, porém a  transferência de impressão possibilita a aplicação do quilt sem problemas. Você poderá utilizar em panôs, que costumo chamar de quadro têxtil. Possibilita usar, por sobre, pedrarias, bordados e outros embelezamentos não comprometendo o acabamento final. Costumo dizer que dormir com um edredon mais rijo não seria adequado e confortável, assinhó, invernal. Então, utilizar para quadro têxtil, acentos de cadeira, encosto de cadeiras, almofadas decorativas, pastas, capas de computador, enfim, para quem gosta de utilização na sua arte, há mil aplicações.

Impressão - há duas formas diferentes para fazer isso.
As americanas têm um conforto de poder encontrar um papel, um produto para aplicar sobre o tecido, e um tecido já preparado para receber a impressão caseira, ou seja, de sua impressora caseira, direto no material. Aqui não temos e procurar quem possa fazer é um pesadelo! Há uma forma possível aqui no Brasil. Dizem ter a Epson, impressoras que usam uma tinta chamada DuraBrite. Que esta tinta pode durar 120 anos sem descoloração e que resiste à água. Ainda não testei. Minha impressora ainda é uma HP e breve vou fazer esta compra e depois vou poder dizer se resiste a água, pois 120 anos...bem, já não estarei mais aqui! Hihihihihihi...

Há a outra impressão: a pigmentação no tecido, feita por meio dos mesmos elementos da impressão de transferência: telas serigráficas, corantes e emolientes transferidores. Neste caso há mais coisas que precisam ser feitas, antes e depois. Uma técnica ma-ra-vi-lho-sa! Técnica e não magia! A impregnação do corante no tecido ou papel é resistente à água e, por impregnar, ela fica como um tecido comprado na loja. Não há magia. Há trabalho e pesquisa!
Eu sei que isso é o que todas queremos e por isso fui atrás. Deixar de estar nas mãos da padronagem que nos apresentam para comprar, é tudo de bom!!!! Isso se chama liberdade!
Não é vegetal (porque esta não fica fixada no tecido), mas é orgânica e ecológica. Estou atrás dos produtos certos para ensinar. Não podemos executar nossa arte sempre dependendo de importações, certo?
Algumas amostras?
Vou colocar abaixo. Espero que gostem. Já sei! Não vão perceber a diferença entre uma e outra na foto, mas no toque...quanta diferença! O resto, o cartão de crédito paga!
Voilá!


Camiseta branca que pode ser impressa em casa com os papéis comprados nas livrarias

Camiseta preta que pode ser impressa em casa com os papéis comprados nas livrarias

Transferência de impressão. Você acha básica? O projeto pode ser, mas isso depende da sua vontade e projeto...

Impressão em tecido ao estilo padronagem comprado numa loja. Feito por você..melhor, né?

Impressão em tecido ao estilo padronagem comprado numa loja. Feito por você..melhor, né?



Impressão em tecido ao estilo padronagem comprado numa loja. Feito por você..melhor, né?


A utilização para roupa, a mesma anterior. Portanto, um toque suave e impregnado na fibra. Não sou eu. Gostaria. A sabedoria e simpatia desta mulher é grandiosa. Essa é a técnica que estou gerando aqui no Brasil a partir desta técnica e da matéria prima que temos.


Já mostrei para algumas pessoas, pessoas de mídia e de convenções. Suas feições são de incredulidade! Chegam a expressar verbalmene que algumas quilteiras super mais conhecidas ficariam maravilhadas e fariam, por óbvio, maravilhas. Mas, não sou quilteira conhecida...assim fica o incrédulo! E eu... não faria maravilhas...ah..ah...ah...ah...
Quilt é uma coisa, patchwork é outra, tingimento é outra. Costura, pintura, tingimento, bordado, embelezamentos com pedrarias, ferro, cobre, fios, arames, transferências e outras técnicas fazem parte disso tudo...
E isso tudo é Mixed Media!
Sem forteiras, sem preconceito, sem fronteiras. Apenas união.
Isso é tudo. Isso é o que acredito!

Já pensou em fazer isso sobre uma parede?
É possível.

_/\_
Namastê



domingo, 16 de maio de 2010

Pausa para um descanso...

mental.
Foi isso que fiz neste final de semana. Sábado subi a serra. O dia era lindo e eu precisava ver se meus terrenos ainda estavam lá, no mesmo lugar! Hihihihihihhii. Estavam, ufa, graças aos Deuses! Comigo foram meus pais que ainda não conheciam os terrenos e que conseguiam compartilhar do meu sonho de construir uma casa-atelier por lá. Comprei lenha para começar a aquecer o inverno gaúcho, limpei a mente de tantos estudos para poder ensinar melhor, despreocupei minhas mãos-polvo para executarem algo para ser visto e larguei a vontade dos homens na vontade dos Deuses. Minhas mãos-polvo voltaram renovadas e minha mente oxigenada. Porquê? Bem, as fotos podem mostrar a vocês, pois quando os olhos não tem preconceito pode-se ver que muito perto há um tanto de tudo que há no mundo. São Francisco de Paula é um paraiso...
Por entre as árvores, a imagem que vejo do lago São Bernado lá do meu terreno


Os patos que mostravam sua dança perfeita e natural a todos que estavam assistindo


Meus pais que assistiam a dança, inebriados

Plátanos vermelhos, como toda Paris...assim é o Lago São Bernardo

Conforme a luz, cada um deles pinta uma tela, faz um landscape, monta um patchwork


Porque com uma boa máquina é possível captar o detalhe de luz


E fazer um close para a composição


E descobrir que não foi possível captar todas as cores

Inspirações que me fazem renascer. Imagens que podem dar inspirações. Aproveitem comigo um pouco desta maravilha!
Boa Noite!
_/\_ Namastê


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mixed Media - a novidade!

Cá estou eu, escrevendo como nossos descobridores, assombrada como eles, e diante de um fato: Mixed Media não é novo, mas é o futuro para o têxtil, a madeira, o papel, o patchwork, a pintuta folk e o artesanto em geral no Brasil, no Rio Grande do Sul.
Não é novo, pois quem faz artes plásticas ou já é artista plástico, isso é o básico. Porém, assim como a customização e a moda são paradigmas para esta época e geração, a Mixed Media só vem a somar. Me assombra perceber que o plantio orgânico seja moda e caro, pois fui criada com isso e só tenho 47 anos e apenas percebi isso quando tinha idade suficiente para lembrar disso hoje. Me assombra perceber que o reaproveitamento, muito lindamente chamado hoje de customização seja moda! A customização passava na minha vida quando vinha ou mandávamos roupas nossas para primos e elas eram refeitas porque o pano é muito mais durável que o crescimento. Me assombra perceber que reutilizar uma lona de caminhão padecida com o tempo é fashion quando sabemos que ela foi feita para atravessar todas as intempéries para trazer nossos alimentos. Me aterroriza perceber que o plástico que temos em casa, o papelão que recebemos e que podemos procurar em formas de caixas no supermercado, não é utilizado enquanto procuramos coisas novas para comprar e fazer o mesmo serviço. Eu entendo que a procura pelo consumo facilitado desenvolvido seja natural onde nunca tivemos isso como reconhecimento, mas sim como símbolo de pobreza.
Porém, hoje a informação chega de forma avassaladora. Esta é a era da informação! Chega por todos os lados!
Então eu pergunto: Como não perceber isso?
Num mercado tão atachado como artesanal, e me desculpem as artesãs, que são achatadas como sub-arte, não perceberem que, ARTEsanal significa ARTE feita pelas mãos? Isso vale ouro!
Depois que Henry Ford criou o automóvel em série, o mundo mudou!
Gente, o feito pelas próprias mãos só não tem valor se você não quiser, se você copiar!
Não é possível que ainda tenhamos enraizados, no íntimo, na pleura, que o que é feito por mim seja menor que o que é feito pela indústria! Sim, será se sua forma for a de cópia.
Gente, PROJETO, projeto é tudo. Se você copiar, não vale. Há tantas coisas lindas em nossa mente, em nossos olhos, em nosso olhar, em nosso foco...e com a máquina digital...
A Mixed Media te dá oportunidade de trazer isso para casa!
Grandes artistas têm seu diferencial e por isso são grandes...porém, em casa, somos pequenas artistas!
Não entendo como isso pode causar espanto!
Técnicas tão simples, tão caseiras, tão desconstruídas, tão singelas até, causam um tremor, aqui no Brasil, na sua introdução mais artesanal (na forma facilitada), mas de forma mais artistica. A indústria nacional que tem produtos iguais não acredita nisso! E o mercado se descompõem a olhos vistos...
Não fui procurar algo novo porque queria repetir o que estavam fazendo. Fui porque não aguentava mais o que estavam fazendo. NÃO AGUENTO MAIS GEOMETRIA DO PATCHWORK. NÃO AGUENTO MAIS O TRADICIONAL.QUERO O ARTÍSTICO! POSSO CONSTRUIR A PARTIR DA DESCONSTRUÇÃO, MAS NÃO COM RESTRIÇÕES! Seguirá existindo o tradicional? SIM!!!!! Ele é importantíssimo! Seria a mesma coisa que dizer que a arte moderna existe sem  a renascentista, por exemplo. Contraponto apenas, mas arte!
Todos querem o novo, mas apenas depois de ser velho...que paradigma!
Um trabalho que é incansável. Porém não sei até quando vou dar murro em ponta de faca - bom e velho dito, e também sábio.
Saber criar não é dificil. Transpor não é difícil. Basta querer... e ter uma indústria que também queira.
Já estou pensando em ir para a indústria química que me faça a mesma coisa que está no mercado, em porções diminutas porque  a maior é sub-aproveitada, com outro nome e vender com uma marca minha. Vai demorar um pouco mais porque terei toda uma burocracia de registros, mas vou ganhar o que hoje não pretendo! Coisa incrível, né?
Um pouco de Mexid Media para vocês.



































Será que é tão difícil de entender a liberdade aqui no Brasil? Não são trabalhos meus, nem nossos - digo, meus e do Rodrigo, mas já estão pelo mundo a fora, até aqui no Brasil.  Porque é tão difícil ter o nacional ao invés de importar? Me contem? Mas tudo bem, alguém vai ter que embalar. Este é meu consolo. A técnica eu tenho.
_/\_   Namastê

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mixed Media no Brasil

Aqui no Brasil, esta técnica enlouquecedora e enriquecedora é total experimento.
Porquê?
Vou dizer. Para patchwork é padronagem feita em casa. Para pintura é potencial mesclável. Porque aqui é preciso aprender a técnica e depois sair correndo atrás dos produtos nacionais para executá-la. Não adianta! A curiosidade e a vontade de quem quer fazer é maior do que daqueles que podem oferecer o produto.
Enquanto lá, nos países desenvolvidos, se pode comprar tudo como medida de receita de bolo, aqui é preciso garimpar, experimentar, testar e depois mostrar. E então, criar a receita do bolo nacional.
Não acreditando ser possível, fui atrás. Afinal, são 3 anos de importações, químicos, químicas e pesquisas. A técnica, como executá-la, na mente, eu tenho. Mas o resto...quanta complicação!
Há produtos que elas compram para crianças escolares; aqui são importados e caros. Há outros que existem em quantidades mííííííinimas e para embalar em quantidades maiores quase precisa de uma alforria escravajista. Outras, que somente com indicações de onde comprar de tão escondidas.
Assim, está aí a execução de Transferência de Impressão, feita a partir crayon aquarelável, tela de serigrafia e um produto nacional igual ao importado. Pode lavar que não sai! Este produto nacional, ainda mais abrasivo que o americano, que diga-se de passagem, tem nacional igual ao importado mas em quantidade íííííínfima para venda, mas que pela demora em respostas dos fabricantes vão perder para a indústria maior.
Transferência de impressão não significa que você vai transferir uma imagem, mas sim uma ideia, uma concepção, que feita através do desenho você coloca sobre a tela de serigrafia, então sobre o tecido, sobre o papel, sobre a parede...SIM! Sobre a parede! Basta querer! E ter paciência, braço e vontade. Já pensou em fazer serigrafia na parede? Então... Transferência de imagem também... Isso significa seus filhos, família, praia, etc...E,com este produto nacinal é possível fazer a tranferência de imagem!!!!! Imagem que você fez por meio da foto digital!!! Liberdade!!!!
Bem, nada acontece sem projeto. Sempre falei do valor do projeto. Gente! Copiar não é nada! Criar é tudo! Sentar, pesquisar, inovar, criar, colocar tempo na criação de como fazer, de como seguir, de como chegar no produto final, isso é tudo! Um livro de rascunho...outra técnica e concepção de trabalho...
Aqui vou mostrar um pequeno experimento da técnica. Um desenho aleatório que me veio da cabeça, no momento, apenas para testar as coisas como elas são, com produtos nacionais e outros importados que tenho - são 3 anos de importação e experimetos, lembram? O que importava era que seria realizado com o mais importante produto nacional. Percebam, apenas isso.
Deu certo, mesmo que não tenham sido feitos com produtos da empresas nacionais, que mais vendam "arte" neste país. Porquê? Por que não fornecem este produto na quantidade suficiente e qualidade financeira para seu uso. Não quero contar para vocês uma situação que não possa ser feita e encontrada nas prateleiras.Não quero vender sob minha marca. Não! Isso seria fácil, mas seria ridículo! Não descobri! Não inventei! Não desenvolvi a fabricação! Apenas fui atrás da utilização! Cada um na sua e todos para todos, no seu quinhão. Já diria meu avô. Sábio avô!
Chega. Transferência de impressão para vocês.
Voilá!



Esse é o experimento. Depois quilt, depois parte de um projeto, depois de tudo.... Gente, é a libertação!!!!
Como "gravar a tela" há muitas opções! Caseiras...caseiras...liberdade de criação...liberdade!


Squint Limited, Zoe Murphy, Ana Morelli e Kaffe Fassett

O que eles tem em comum?
Fazem um trabalho de design com patchwork e móveis incrível!
Três ingleses e uma brasileira, contemporâneos, jovens e com marca registrada.
Ana Moreli é brasileira e quando aparece um trabalho publicado na mídia já é possível identificar. Ana já parte para os móveis que já podem ser vistos nas revistas de decoração. A padronagem que Ana usa lembram os tecidos desenvolvidos por  Amy Butller. A beleza da padronagem já encanta! E com a criação ele acaba por envolver.
O único homem desta relação é Kaffe Fassett...mas este dispensa apresentação! Todas se inspiraram nele! Com certeza que sim!
Então, curtam um pouquinho deste quarteto incível!

















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