domingo, 14 de dezembro de 2008

Continuando em Roma 1

Depois do Coliseu, Palatino, Forum Romano e Circo Massimo entramos por trás no Monumento de Victorio Emanuel e saimos pela frente no Monumento da Patria. Você pode fazer o caminho inverso, mas tem que saber que caminhará tanto quanto. Tenha noção que após sair do Coliseu você terá muita história a céu aberto e para conhecê-las terá que caminhar. Caminhar ali significa subir e descer muitas escadas. Assim se lembrar, descanse sentando por algum banco que estiver vazio. Não acredite que suas pernas serão de ferro, porque após entrar no prédio do monumento da Pátria você não poderá sentar, beber água, fumar e nem se encostar no peitoril do prédio. Tudo isso é proibido! E não ache que vai enganar alguém porque haverá sempre um guarda de plantão pronto para colocar o apito na boca e, em voz alta, mandar você tomar tento e seguir circulando. Não pense que isso aconteceu comigo, porque não aconteceu, mas que eu vi e ouvi muitos apitos e chamadas de atenção, lá isso eu vi!
Então, você pára para tirar fotos, tomar fôlego e segue, sempre sonhando com banco amigo...
Mas saiba que vale a pena. Tudo é muito lindo, limpo e sem pixações! Igualzinho aos monumentos aqui no Brasil!
De onde você vê tudo do alto deverá entender que terá que descer. E nem todo o santo ajuda, porque você estará com as pernas cansadas.
Dali fomos em direção a Fontana di Trevi. Para chegar lá é preciso entrar no centro histórico. Ruas, vielas, portinhas, muitos prédios sendo reformados, muito turista, muito movimento, tudo muito lindo! Onde não pode passar carros, lá estão eles: táxis, motos, lambretas e os que podem estacionar ali. Sempre há movimento de carros, mesmo onde eles não podem estar, pois sempre haverão alguns autorizados. Tome cuidado!
Na Fontana di Trevi começa uma batalha dura para conseguir um local para fotografar. E se você consegue um, fique parada como uma estátua até que venha alguém para tirar a sua foto na posse clássica: atirando a moeda na água. Imagino a arrecadação que esta fonte deve ter, pois o fundo era tapado de euros...e como o Tio Patinhas, de moeda em moeda...
Não pode sentar na beirada, não pode colocar a mão na água e repetir a cena clássica de Fellini quando sua musa adentra a Fontana di Trevi, só se quiseres ser preso...e também aplaudida. Creio que também seria aplaudida! Pela ousadia, é claro! Mas os policiais italianos, apesar de serem bonitos, não têm uma cara lá muito amistosa e gentil não! Melhor se manter seca e longe da água.
Ali descobri que o MacDonalds não é igual no mundo todo. Haviam duas placas com um M no centro: uma com fundo vermelho e outra com fundo verde. Não! A vermelha era do metrô e a verde era do MacDonalds. Talvez seja por isso que apenas ali vi um MacDonalds na Itália pela primeira vez! Já é um milagre!
E assim, voltando para casa fomos descansar os olhos e as pernas para no outro dia voltar com força plena!



Buonna Sera


Nos altos do prédio e em frente ao Monumento

Percebam a beleza e a imponência deste cavalo.


Um contra luz sempre dá um efeito lindo!

Percebam as feições do mesmo cavalo!

A leveza desta estátua fundida em bronze.


Todos eles juntos e eu descendo a escada, mais precisamente no meio, de onde eu já havia passado para tirar a foto da minha irmã, e para onde voltei para ser fotografada.
A expressão fala por si.

A caminho da Fontana di Trevi, meu bar! Strega quer dizer bruxa.


As três meninas na foto clássica. Percebam a expressão e o empenho da minha irmã, ao centro. Na primeira vez que ela foi a Roma e foi realizar esta tradição conseguiu a proesa de atirar tão alto que a moeda caiu dentro do bolso do marido dela que estava ao lado...Ninguém acreditou, nem o rapaz que estava batendo a foto na ocasião! Mas, desta vez deu certo...Mas será que ela voltará lá novamente se agora a tradição deu certo? Só esperando para saber.

Bem tradição é tradição e lá fui eu! Mas antes a fotógrafa tomou meu lugar,
senão ficaria sem foto, né?

O dia não se fez belo para iluminá-la. Por isso voltamos para fotografar à noite.
Depois verão, junto às fotos noturnas..





quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Indo e chegando em Roma

Acho que por causa da primeira experiência que tivemos nas highways da Itália, decidimos sair muito cedo de Florença em direção a Roma. Também decidimos não entrar em nenhuma cidade para não ter a dúvida de pegar a noite na estrada. Paramos, é claro, para almoçar e abastecer. Na Itália você pode escolher pagar um pouco mais caro pelo combustível e ter alguém para fazê-lo por você ou, você mesmo abastecer seu carro. Escolhi a segunda alternativa que era nova para mim e mais barata. Não sei se porque já estávamos preparadas para a correria italiana ou se porque era dia, a estrada parecia mais amena, mais tranquila. A caminho de Roma, quase chegando lá tivemos o ímpeto de querer entrar numa cidade que avistamos da estrada, mas a razão nos fez permanecer no caminho a Roma. Afinal, todos os caminhos conduzem a Roma, diz o ditado! Mal sabíamos que após iriamos conhecer esta cidade: Bracciano.
Mas, se todos os caminhos conduzem a Roma há uma explicação para isso. Toda Itália leva ao ponto zero e ele se chama Roma. Esta cidade é circundada por um anel rodoviário e nela desembocam 07 vias, dentre elas, a mais conhecida, a Via Ápia, a primeira via romana.
Já em Roma não seríamos mais turistas comuns, não pararíamos em hotel, mas sim na casa da prima da Carmen. Ela é embaixadora do Paraguay em Roma.
Com certeza vocês não sabem, mas além de ser brasileira de nascimento e coração, outra parte do meu coração é dedicado ao Paraguay. Porquê? Porque minha irmã casou com um Paraguayo, porquê meus sobrinhos foram criados lá e porque este país recebeu minha irmã de braços abertos. Não ousem falar mal deste país perto de mim! Viro uma leoa.
Ana, o nome da embaixadora, havia nos dito por e-mail, que sua casa ficava no caminho da Via Cássia, ou seja, a via que vinha da Toscana, ou seja, do norte para o sul. A princípio deixaríamos o carro no aeroporto Leonardo da Vinci, em Fiumicino, e depois iríamos para sua casa. Mas, trocamos os planos! Graças a Deus, graças aos santos! Ao seguir suas explicações bastaria olhar para cima e vislumbrar a bandeira Paraguaya. E assim foi a salvação! Estávamos em território seguro! Ali começamos a sentir que estávamos voltando para casa!
Ana é uma mulher jovem, diplomata de carreira e, diga-se de passagem, linda carreira! É casada com Carlos, também paraguayo e também na carreira diplomata. Ele trabalha na embaixada do Paraguay no Vaticano. Eles têm um lindo filho chamado Juan Carlos e duas meninas paraguayas que cuidam de todos. Fomos recebidas em família. Linda família!
Com a ajuda de Ana retiramos nossa bagagem, que diga-se de passagem, já tomava a maior parte do carro. Não pelas compras, mas porque quanto mais ao Sul, mais quente e assim as roupas mais volumosas saiam do corpo e passavam para as malas. Parecíamos 04 muambeiras brasileiras atravessando a ponte da Amizade. Sim, porque quem faz contrabando na ponte da Amizade são brasileiros e não os Paraguayos!
Deixamos nossa bagagem em casa e fomos em direção ao aeroporto. Foram 40 km de distância que sem a ajuda de Ana não sei como teríamos percorrido. Achar o local de entrega da Hertz neste aeroporto teria sido um desastre, mas nada como alguém que sabe tudo!
Depois, como boas mulheres fomos a um shopping outlet de marcas finíssimas para tentar comprar presentes aos maridos. Não fomos bem sucedidas. Não por falta de opção, mas por falta de capacidade de compra mesmo. Era outlet, mas os preços seguiam muuuito caros para nós!
A noite, cansadas, dormimos enquanto Ana e Carmen colocavam as notícias em dia.
Preparadas para a nova jornada rumamos para o centro de Roma.
Via Cássia leva ao bairro de Cássia, que fica a uns 12 km de Roma. São 30 minutos de trem e depois, mediante uma ligação com o metrô, ao local desejado. Isso pode parecer longo, mas se você for fazer de carro pode levar, mais ou menos, 1:30h. Sim, o trãnsito em Roma é louquíssimo!!!! Avassalador!
Primeira parada, Coliseu. Depois de uma fila dominical, a entrada. Não pensem que enquanto estiver na fila poderá ver muito, pois estará tão perto que nada será possível.
A história do Coliseu não é nada bonita, mas sua arquitetura é linda! Depois de construído ele foi palco de mortes e então seu chão é banhado de sangue. Sangue humano e animal. Esta história é contada em livros, filmes e por guias. As apresentações no Coliseu duravam 3 dias seguidos e paravam 1 dia para descanso. Durante a manhã era o momento da caça: homens matavam animais. Os animais que sobreviviam precisavam de comida, então vinha o momento onde os traidores tinham a sua chance de provar que eram inocentes, assim, de mãos atadas e sem defesa, eram jogados às feras famintas. Então, elas almoçavam. Durante a tarde vinham os gladiadores, que preparados e armados, lutavam contra as feras. Ou seja, sempre morria alguém! Animal ou humano e sob aplausos de platéia... Me senti mal lá dentro, confesso. Mas, passando a outra parte mais amena da história deste monumento, posso contar que ele era revestido todinho, por dentro e por fora, de mármore. A parte que se vê hoje caída foi por causa de um terremoto, porém o restante sobreviveu intacto, ou seja, revestido. Mas, como após o término de seus espetáculos mortais, o Coliseu ficou fechado por apenas 120 anos, acabou sendo saqueado. Contam os guias que muitas casas de Roma tem suas mármores e as outras foram levadas pelo Vaticano. Hoje, mármores no Coliseu, existem apenas sobre as tribunas dos senadores, pois ali estavam gravados seus nomes. Os nomes dos últimos senadores antes do fechamento. Quando reaberto ao público, para visitações, foi colocada uma cruz em memória e em louvor às várias vidas que ali foram sacrificadas.
Ao lado, o Forum, o Palatino, as termas de Caracala e o Circo Massimo, onde ocorriam as épicas corridas de biga, hoje um campo, um parque desfrutado por todos.
Roma tem apenas duas linhas de metrô. Não porque queiram, mas porque toda vez que começam a cavar para fazer outra linha, encontram mais ruinas e assim estas escavações acabam por se transformar em sítios arqueológicos à céu aberto. E porque esta cidade é um museu ao céu aberto, você jamais verá suas edificações pintadas em cores como rosa, verde, roxo, azul os seus derivados. Roma tem uma norma e assim suas edificações somente podem ter as cores terrosas: amarelo claro, ocre e marron avermelhado. Todas são assim, com o seguinte acréscimo: um cinza que advém da chuva ácida e dos vapores dos carros diesel. A grande maioria dos carros italianos são diesel. Pequenos, mas diesel. Pobre camada de ozônio!
Ao caminhar pelas ruínas do Palatino e do Forum Romano é possível passear por jardins, ruas largas (e não haviam carros), muitas escadas (haviam muitos escravos para subir e descer e servir) e muitas homenagens pessoais. É impressionante perceber o quanto eles gostavam de se auto retratar em esculturas monumentais! Ali, sabe-se o quanto o ego do ser humano pode ser grande! Também em suas paredes retratavam, o que na época poderia ser lindo, mas hoje, vejo como barbárie: humanos amarrados indo em direção a morte junto aos animais famintos. Então descobre-se o verdadeiro significado da palavra bárbaro...
Cada imperador, ao ganhar uma batalha fazia um arco. Então esta cidade tem muitos arcos. O mais famoso é o Arco de Constantino, até porque ele foi o primeiro a se converter cristão católico. E não pense que você entraria por uma delas naquela época, pois não entraria. A maior era para o imperador, as laterais para seus comandados e heróis de guerra, as laterias, sem arco, para o popolo, digo, povo.
Dentro do Palatino e do Forum Romano haviam setas indicativas para a casa de Augusto. Não me dei conta até chegar realmente em frente a sua ruina. Era a casa de Augusto Cesar, o imperador. Nada como ser íntima e apenas lembrar de um nome, né?
Turistas ali não faltam e cada um tem a certeza que seu idioma é único. Assim, quase no final desta via turística, ouvi atrás de mim uma senhora dizendo para o marido: Sabe o que estou a fim de comer? Uma pizza e uma salada. E, também em bom português, respondi: eu, um feijão com arroz! Caímos na risada! Com certeza eles estavam no início da viagem, eu, já quase no final!
Eis uma foto inédita: Eu, abastecendo um carro! Não é difícil e até acho que poderíamos reinvindicar este desconto aqui no Brasil.

Alguns dias mais tarde viríamos a conhecer esta cidade linda: Bracciano.


A foto no Shopping Outlet onde um italiano achou que deveria aparecer.
Muito simpático, o rapaz! Mas levamos um susto!
Agora a foto sem ele: Carmen, minha mãe, Ana e Jackie, minha irmã.


O Coliseu por dentro e numa vista de corte: a esquerda mostra como era seu piso coberto, ao centro, o subsolo.

Os corredores do subsolo onde eram preparados os animais e os humanos que subiriam para o espetáculo. Como subiriam? Por elevadores! Elevadores puxados por escravos, mas elevadores.

O Arco de Constantino

O centro de uma nave em ruina
Ruinas em meio aos jardins do Palatino
Pelas janelas do Coliseu pode-se ver o outro lado da rua e as cores das casas de Roma.


Pontas de colunas que sobraram após o terremoto. Estavam em exposição dentro do Coliseu.

Um mosaico retratando a realidade dos espetáculos.

A vista que Cesar tinha.

A direita, abaixo, a bancada branca são os lugares dos senadores, onde ainda há mármore.

A cruz in memorium.

Uma escultura em cerâmica que sobreviveu ao terremoto. Estava em exposição. Para mim a mais bonita, pois na minha interpretação apenas sobreviveu a parte do rosto que já estava envergonhado por tanto sangue...


Aqui, além de mim e minha mãe, você pode ver muitos furos nas paredes. Não foi um ataque aéreo, mas sim onde as pedras de mármores eram afixadas nas paredes. Parece que foi metralhada, né?...

Do centro do Forum Romano puxei com zoom o Monumento a Vittorio Eamanuele. Depois iríamos conhecer.

Ruinas de uma igreja junto a cidadela da antiga Roma.

Nas paredes, a retratação das barbáries...

absurdas barbáries...
E mais um arco dentro do Campidgoglio

Assim foi nosso domingo em Roma. Começamos pelo Coliseu. Mas não paramos por aí. Há muito mais...

Buonna Sera





quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Conhecendo um pouco o interior da Toscana

Depois de recorrer a cidade de Florença pegamos o carro novamente e fomos conhecer os arredores. Antes de tomar o susto com o preço do estacionamento e sabendo que teríamos que pagar mais uma noite, decidimos que o trajeto inicial seria direto a Pisa. Isto porque o Louvre nos ensinou que devemos ir direto aos locais que mais nos interessam. Para encontrar a Vênus de Milo percorremos quase todos os locais onde já havíamos passado e no fim descobrimos que estivemos tão perto que posso afirmar que os pés doeram mais do que já doiam.
Como já havia nos sido dito, Pisa é a torre. Não precisa querer ver mais, até porque não tem. É uma cidade universitária onde ter a Torre de Pisa foi a grande movimentação desta cidade. Ela é tudo, e tudo está a volta dela. Mas, e sempre há alguns mas, para chegar perto e as portas da Igreja é preciso passar por uma multidão enorme de turistas. Se fosse só isso seria fácil, porém, na grande maioria americanos, esse turistas estão postados no meio do caminho, local onde é possível tirar uma foto onde as mãos ficam como que sustentando a torre inclinada. Manda o manual de etiqueta do bom turista que se deve esperar enquanto o outro tira a foto. Porém nesta situação eles querem ser tão precisos que ficam muuuuuuuito tempo mandando ir um passinho mais para lá, outro para cá e assim parece que dançam um "passo doble"! A paciência acaba e então você passa, deixando a paciência para quem vem atrás. E olhando por cima do seu ombro percebe que eles permanecem lá e todos que vinham atrás de você, estão atrás de você, ou seja, o protocolo também foi quebrado! Acho que só americanos têm paciência com americanos neste tipo de situação.
Esta torre, ou seja, o campanário da Igreja, é algo especial. Você fica pertubado, não só pela visão mas pelo fato de tirar a fotografia. Na hora de enquadrar a foto você não sabe se faz o alinhamento pela base (chão) ou se pela torre. Você perde a referência. Ao redor há um fosso raso onde não há água, mas poderia ter, e sobre ele foi feito uma mini passarela que leva à porta de entrada. Esta porta é coberta por telhado improvisado, ao estilo "estamos em obras". Bem, porque explicar isso? Porque a passarela e o teto têm caimento para o lado oposto que a torre cai! Então você fica mais perturbada ainda!
Na sua entrada é mostrado, por meio de painéis em vários idiomas, o que está sendo feito para mantê-la em pé, já que o terreno onde ela está era um pântano. Vá conhecê-la amanhã, pois jamais saberemos se ela vai continuar em pé por muito tempo. Optei por não entrar. Por que isso? Primeiro porque a fila era e-nooooooor-me; porque entravam de 15 em 15 pessoas; porque, talvez, se eu não entrasse você poderia conhecê-la assim como eu...fiz minha parte, né?
O mesmo que acontece com a torre, salvadas as devidas proporções, acontece com o piso da Igreja e arredores. Eles estão afundando. Desta forma quando você anda por ali pode ter surpresas desagradáveis! Olhando para os lados, esquece de olhar para baixo e o piso não ajuda...vi muitas destas cenas.. Se você não quiser comprar um telefone de mármore, uma torre de gesso barômetro e outros souvenires similares é hora de zarpar. A torre está vista! Quanto tempo durou? Duas horas, lá na torre.
Então tomamos o caminho de volta em direção a Volterra e San Giminiano. São cidades medievais que pararam no tempo. Como assim? São cidades muradas, onde há uma entrada e uma saída, que fechadas...bem, fecham a cidade. Antigamente ao seu redor externo havia um fosso de água, mas agora há estacionamentos, pois nelas é proibido estacionar. Você entra com o carro, atravessa a cidade olhando, mas não para, pois ali, cada local de estacionamento é marcado para o automóvel da cidade que tem sua placa escrita no local. Estas cidades não são planas, logo estar apto a subir muito, é a primeira opção. Lá fomos nós!
Primeiro Volterra, pois foi ali que aprendemos que o carro não entra. Entramos com ele, pois estava chovendo e nos vimos loucas! Gostaria que fazer parte da família Jetson e acionar um botão e encolher o carro a ponto de colocar dentro da bolsa. Na verdade, me senti assim em toda a europa. Carro é sinônimo de problema! E, se você tem este problema é porque tem dinheiro para pagar por ele: essa é a mensagem que se recebe.
Apenas atravessamos a cidade, pois a chuva começou forte, isso porque para chegar lá é alto, é serra e quanto mais alto, mais úmido. Cidade linda!
Assim, ao baixar vimos o mais perto possível um arco-íris! E imaginamos o que seria San Giminiano e rezamos para não estivesse chovendo. Não estava.
Lá, deixamos o carro do lado de fora e, pernas para que te quero!
Ao subir, todas as surpresas são maravilhosas...suas pequenas tabacarias, seus pequenos cafés, suas pequenas galerias de arte, suas pequenas lojas de vinho...portinhas, portinhas e portinhas...uma mais encantadora que a outra! Em cada lateral uma micro rua e em algumas carros vinham, não sei como, mas ali trafegavam carros...depois fui perceber que todos eles tinham macro arranhões nas laterais e seus espelhos retrovisores eram remendados com fita crepe. Não compre carros italianos do interior, e se puderem me ouvir, nem das grandes cidades, pois todos são assim...deve ter sido daí que nasceu o carro lasanha, "máquina lasagna"! Então lá, na parte mais alta da cidade você chega a um grande largo, assim como uma grande praça! É o grande centro: um poço de água onde moedas são atiradas com pedidos; cafés; restaurantes e hotéis. Num deles, numa parede externa, lemos uma matéria sobre a cidade e então lembramos de uma reportagem, creio ter sido do Globo Repórter ,sobre esta cidade que numa determinada época do ano os habitantes se vestem de forma medieval. Homens se dispõem a fazer disputas sobre cavalos com longos varões de guerra; há a dança das fitas, onde vários bailarinos ao passarem, uns por baixo dos outros, tramam as fitas num tronco. Alguma semelhança com a dança das fitas do folclore gaúcho não deve ser mera coincidência. Você corre ao poço central e atira vários euros para poder voltar, pois os comerciantes da cidade não vivem ali, mas sim nos arredores onde existem várias propriedades de agriturismo. Sabem quando você pesquisa na internet por Toscana e aparecem "pousada ou hotéis" maravilhosos? São ali, nos arredores. Todas as moedas são válidas. San Giminiano vale cada uma delas! Só para conhecimento ela é uma cidade considerada pela Unesco, patrimônio da humanidade!
Ao descer, em direção a Florença, você percebe parques de estacionamento enormes de Motorhomes. Já tivemos um, mas muuuuuuito maior que os que estavam ali. Então entendemos que na temporada de férias eles são a maioria das "casas" e assim todos podem aproveitar daquela região maravilhosa!
A Toscana no outono é terra preparada. Preparada para quê? Para a neve. Assim, onde naquelas terras que tiveram girassóis e videiras espetáculares, nesta época há aragem, serragem e tudo que possa mantê-la viva para a próxima colheita. Mesmo assim ela é linda! As antigas oliveiras seguem altivas, as árvores de caquí ainda com frutos, as parreiras baixas, sem frutos, mas magnanimas. A Toscana tem sua beleza em qualquer época do ano e vale a pena conhecê-la em todas elas.
Depois de ir lá foi fácil perceber porque o nosso imigrante italiano escolheu as terras mais altas, quase sempre as mais difíceis, mas sempre as mais belas e de cultivo lindo. Nossa serra gaúcha não deixa por menos, apenas onde aqui há araucária, pinheiro e ipê; lá tem cipreste e pinheiros muito diferentes dos daqui, pois parecem mais suculentos. No mais, a paisagem só muda pela economia que eles tiveram que se adaptar e pelas condições que tiveram para reproduzir a sua saudosa Itália. Mesmo assim, nos brindaram com uma tela que jamais poderíamos pintar sem ter tido nossos olhos postados sobre ela e muito menos sem ter saudade em nosso coração.
Assim fica aqui um convite para você conhecer a serra gaúcha, a nossa Toscana com pinceladas nacionais.

Saluto!
A primeira foto da torre com a parede lateral da igreja para mostrar a inclinação

O alto da torre

A fila já formada

Sua Igreja

Uma modesta pousada, hotel....agriturismo do caminho de volta
A paisagem


Mais paisagem

Caquí e videiras

Videiras

Uma rua de Volterra. Olha o carro aí, gente!

O arco-íris que nos brindou...

Volterra lá em cima

Uma rua de San Giminiano. Aqui passa carro...

A rua principal que atravessa San Giminiano, no seu início

Uma rua, apenas para pedestre....graças a Deus!

Portas, portinhas e restaurantes que abririam após às 19h

Foto de uma foto da Toscana colorida...

...eu não poderia perder! Sabe-se lá quando a moedinha vai me fazer voltar, né?

O centro e os turistas

A fachada de um hotel e de uma pousada no centro de San Giminiano

Maravilhada ao lado do poço de água depois de ter jogado meus euros....

Ruas que passam carros!!!!... e pedestres, por óbvio!

O muro da cidade e sua vista
Os fundos das casas

Vinhos, pães e salames numa portinha encantadora!


A aquarela de uma "aquarela" real

O atelier-portinha da artista

Mais uma rua para você perceber a verdadeira dimensão

Um banheiro público. Olha que lindo!

Um varal sobre uma rua de San Giminiano

Vinhos, cobre, artesanato e antiguidades da região...quase comprei tudo!

Os muros externos e, estacione se puder, onde tiver e se quiserem lhe dar lugar!
Ou seja, vire-se!
PS: Você viu algum carro estacionado dentro da cidade? Havia, mas diga-me: onde seria possível? Pois é, mil coisas...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...