sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Paris 4

Monmartre é um bairro à parte.
Para chegar lá é preciso subir. Mas subir o quê? Um morro, por óbvio!Paris é plana, mas os artistas, os bohêmios foram fazer sua ilha criativa no alto de Sacre Coeur, lá, na Igreja de Sacre Coeur. A seus pés, o Pigalle, lá onde existe o Mollin Rouge e onde antigamente era a vida bohêmia de Paris.Para chegar lá é só pegar o metrô e parar na estação de Pigalle, porém para seguir em direção ao "funicularo" (um tipo de elevador ao céu aberto que vai subindo o morro sem perceber) é preciso subir muuuuuuuuuuuuuuuitos degraus. Mas eles são coloridos. Cada uma destas etapas de andares tem suas paredes pintadas como obras de arte impressionistas e assim, enquanto você arfa de cansaço pode soltar alguns expressões maravilhadas com tal gentileza, pensa que o belo sempre irá ser dolorido! Nossa, que frase mais cristã católica!!!!!! Após chegar lá em cima descobrimos que havia elevador...mas valeu a pena...Então o funicularo te leva ao pés da Igreja e lá você sobe mais as escadas que te levam a Igreja de Sacre Coeur.Músicos tocam em suas escadarias, nas suas redondezas, e assim você é levada para seus artistas ali espalhados que tentam fazer seu desenho (cai numa destas esparrelas e sei o preço de não querer ser sub-desenvolvida. Na mesma ocasião, seja direta, diga NÃO.). Você corre para todos os lados para fotografar aquelas janelas, aquelas ruas onde, em algum lugar, num determinado momento, Picasso, Modglianni, Monet, e sei mais lá quem determinou o início do movimento impressionista! E assim você chega na praça onde, ainda hoje, muitos artistas levam seus cavaletes (chevalet de campgne) e ali mesmo fazem suas telas e desenhos.Junto a ela muitos turistas, pombas, cachorros, gatos e restaurantes. Mas não é assim como dois mais dois. Você vai meio que perdida e de repente àquela rua! Não se sabe porque e nem por onde, termina naquela praça e você impacta com a cena.Não adianta seguir, você vai acabar almoçando por ali e não vai querer sair dali ja-mais!Vai dar comida aos cachorros, que apenas sentam ao seu lado e esperam porque sabem que você não resistirá ao seu charme; aos pássaros que mais audazes virão diretamente sobre a sua mesa e mesmo que você não reserve uma migalha, ele a tomará por conta própria. Afinal, aquele território é deles!
E quando novamente o funicularo voltar a terra firme, ao caminhar pelo Pigalle em direção ao metrô, você não saberá se foi sonho ou se esteve lá realmente. Apenas sua alma estará lavada!Assim depois, mesmo indo ao Museu Picasso, novamente ao Marais, e lá vendo mais obras modernas me despedi de Paris em direção a Itália.
Mesmo passando mais tempo na Itália, parte na Toscana, ficou em minha pele a saudade de uma cidade que me recebeu muuuuuuito bem, escutou meu espanhol, forneceu informações e foi solicita, atraente, simples e sofisticada, austera e humilde, e para onde eu gostaria de voltar sejao e de onde tenho saudades imensuráveis gravadas na minha pele!

PARIS, VOLTAREI! SEJA PRIMAVERA, SEJA INVERNO; QUISÁ VERÃO! Você gravou na minha pele!


Aqui as paredes do metrô:



Eis uma opção: as escadarias até ao pé de Sacre Croeur (a esquerda) ou o funicularo (a direita): Faça a sua escolha!


Maravilhada na praça!




Desculpem a falta de foco, mas a intimidade e segurança deste pássaro me tirou a segurança do foco...


Obras renascentistas vistas no dia anterior no Museu Orangerie. Obras privadas...uma maravilha! Renoir, Modglianni, Picasso e suas mulheres....

e até Picasso fez sua natureza morta...

As mulheres de Picasso esteve no Brasil, mas não em Porto Alegre...





Sempre Renoir...







Segunda-Feira: Itália, iniciando por Veneza!

Bonne nuit!!!





quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Mais algumas belezas

E antes de colocar Paris 4 que será a última parte de desta cidade vou mostrar algumas fotos belas, porque ver coisas belas nunca é demais!
Que tal sair da universidade e pegar sua bicicleta que está estacionada perto destas esculturas e que tem ao fundo o Pantheón francês?















Ou poder ir a este monumento a qualquer hora e em qualquer dia onde sua iluminação muda para homenagear diversas situações? Neste momento era o momento da comunidade européia!





E lá de cima ver esta maravilha?





E perceber que grades não precisam ser prisão porque pode existir arte no limite da propriedade?




Mesmo mal humorada atravessar a Ponte Alexandre III e perceber que ela não está pichada porque há respeito ao público?





E poder caminhar ou andar de bicicleta na margem do rio Sena?


E mesmo não querendo ver as obras primas a sua disposição deparar com uma dessas?




E ainda nem havia chegado a Monmartre!

Ele estará no Paris 4.

Bonne Nuit!













Paris 3

E se você faz quilt, então compre já o seu carro quiltado. Ele é um Peugeot! Foi assim que me deparei com o carro das quilteiras!
Mas por falar em deparar, vou contar algo onde se poderá perceber que o mundo sempre será muito pequeno.
Ainda aqui no Brasil procurei na internet lojas de patchwork em Paris. Das que encontrei escolhi uma próxima a Notre Dame, pois sabia que iria por lá, e então dar uma esticadinha até ali não seria um grande pecado. Ao chegar no Hotel, no Sully Saint Germain, que fica ali, no Quartie Latin, ao lado de Saint Germain e Saint Michel e a 4 quadras da Notre Dame, na frente do Pantheón e coaldo na Sorbbonne, na Rue de Ecole, descobri que a loja ficava tão próxima que foi a primeira coisa que vi assim que sai em direção ao Sena. Mas foi apenas no penúltimo dia que fui vê-la, pois somente abria das 13h às 18h. Ulalá! Ao chegar lá, espanhol para cá, francês para lá, ninguém se entendendo muito bem resolvi tirar um cartão meu e dar a uma das proprietárias da loja que o olhou, agradeceu e colocou sobre o balcão enquanto fazia as contas dos livros que eu havia comprado. De repente alguém ao meu lado pega meu cartão e diz em bom português: Isso aqui eu conheço! Eu olhei para o lado e vi Igais, uma senhora simpática que havia comprado num bazar um post card que fiz e onde trocamos algumas idéias e elogios. Nos cumprimentamos como velhas conhecidas, falamos do Festival de Gramado, de sua turma de patchwork, das pessoas em comum que então descobrimos que conhecemos e nos despedimos com um abraço de velhas conhecidas... Sai de lá maravilhada com as oportunidades que a vida nos fornece. Espero que sua turma de aula tenha gostado do tecidinhos que ela escolheu para levar de recordação!
É, realmente, o resto o Mastercard paga!


O carro quilt


A loja, que ficava ali tão perto e daqui parecia tão longe......



Se você quiser pode escolher a versão porcelana inglesa e poltronas reais




Ou então uma charmosa bicicleta onde poderá levar seu filho atrás e seus paninhos ao lado. Há para todos os gostos!










quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Paris 2

Segundo Danuza Leão em seu novo livro Fazendo as Malas, "Se Paris não mudou em muitos aspectos, lamentavelmente mudou em outro – a tal da globalização está chegando lá a passos largos." Pode até ser, mas desconfio que sei em qual endereço: na Champs Elysées. Lá tudo é grandioso como as marcas que lá são vendidas e tão acessível quanto o teto da Basílica de São Pedro em Roma! E depois de descer ou subir esta rua você, maravilhado, tem vontade de voltar para o interior e então para tanto basta dobrar a esquina!
Pensar em Paris é lembrar que lá se respira cultura, assim como em Roma se respira história. Não que em Paris não exista história! Jamais quis dizer isso! Sua cultura é histórica! Ufa, acho que me fiz entender. Então, você entra no Museu do Louvre e se maravilha com as obras ali expostas, mas fica mais encantado com a simplicidade de uma aluna de desenho sentada frente a uma escultura fazendo seus traços atentamente numa folhinha rasgada de um papel jornal. Mas então você percebe que ela não é a única! Há uma turma inteira, de idade variada, abrindo seus banquinhos de camping e pondo-se a desenhar a mesma escultura que é feita em mármore, sob vários ângulos e tentando colocar no traço os mesmos detalhes que foram entalhados em pedra há tantos anos atrás onde a tecnologia não existia e a perfeição era feita apenas com a mão e o talento. Feliz deles que não precisam fazer isso por fotografia. Eles vão in loco... E então, andando mais um pouco uma pintora estava estabelecida frente a uma obra fazendo sua reprodução. Ali, com cavalete, tinta, removedor, blá, blá, blá....in loco, frente a frente...que inveja.... e olhando para o outro lado você vê crianças, adolescente, todas vindas da escola, com suas professoras, aprender no museu e não na página do livro ou na internet...o ingresso para eles é gratuito...nada como aprender assim!
Mas não é só em museus, nas igrejas, onde também estão as obras e onde também são cobradas entradas, lá, crianças de jardim de infância estavam ajoelhadas, mas não rezando. Estavam desenhando as imagens e seus significados...e cada desenho que dava até um desanimo de tentar aprender...parece que junto com todas as recomendações do trânsito já veio escrito no manual francês que eles desenhariam bem... E então é por isso que lá há proliferação de arte, há manifestação artística em tudo e por onde se olha tudo é belo!







A Vênus, de Milo



A Vitória de Samotrácia

A ala das esculturas


Este boeiro estava entre a Champs-Élysées e a Torre Eiffel

Esta escultura estava numa vitrine na Champs Elysées. É feita em ferro com pedestal de pedra. Seu criador, um espanhol. Não precisa existir o corpo, nós já vemos como ele é.
A propósito: Não era possível fotografar os alunos de desenhos, a senhora desenhando, a pintora e muito menos as crianças. Eles gostam de ser anônimos e assim acabam por ser mais conhecidos...mas os olhos e a mente registraram...








terça-feira, 25 de novembro de 2008

Paris 1

Hoje retorno ao blog. Foi preciso alguns dias de repouso físico para começar a recuperar o organismo.
Chegar do "velho mundo" é renovar a energia vital da cultura, e retomar a vida normal nem sempre é fácil. Não pense que voltar é difícil ou amargo. Não! Voltar é bom! É bom dizer à aeromoça BOM DIA!, em português fluente e claro, pois sua mente não precisa estar atenta. Assim o bom dia é melhor!
Mas, como não poderia deixar de ser a pergunta foi: E Paris? Me conte tudo! E então vou contar minha viagem pela minha ótica, pelos meus momentos e pelas minhas conclusões.
Dizem que o francês tem empáfia. E tem. Mas tem motivos para isso. Paris é linda! Sua beleza começa a ser notada já desde cima, lá do avião! Os arredores de Paris são rendados. Seu solo é repartido em pequenas porções de terras e pode-se perceber que cada porção corresponde a um dono. O francês não é um latifundiário. Logo, este pedaço de terra é cultivado com a melhor uva, o melhor manjericão, a melhor erva de provence, ou seja, sempre o melhor, porque para o francês, fazer significa: fazer o melhor!
Ao chegar mais próximo da cidade ela segue linda! Os telhados de Paris são lindos! Não importa se na parte antiga ou mais nobre, se na parte mais suburbana e mais humilde e também mais nova. O que importa é que Paris tem sempre aquele telhado preto de onde sai aquela mansarda que tem flores penduradas. Olhando Paris do alto pode-se dizer que ela é plana, mas os prédios podem ter até 7 andares. Então, Paris é maravilhosamente baixa.
Paris é antiga, mas extremamente cosmopolita. Fico imaginando se ao nascer todos recebem a mesma informação: não buzine; sinalize com a seta para indicar seu rumo; de passagem a quem sinalizou na sua frente; respeite o ciclista e o pedestre. Então eles crescem e o trânsito parece fluir informalmente, charmosamente, silenciosamente, tranquilamente, seguramente... Pelas ruas pode-se ver muuuuitas bicicletas, muuuuitos automóveis pequenos para apenas duas pessoas, alguns táxis, poucos automóveis grandes, poucos ônibus de linha e de turismo, nenhum caminhão grande e nem pequeno e, por baixo das ruas, das ruas antigas de uma Paris do velho mundo, uma teia de metrô extremamente competente, limpa, segura, iluminada e pontualmente precisa.
Diziam também que o francês era rude chegando algumas vezes a ser grosseiro com o turista. Não foi isso que eu vi. Comigo eles foram gentis, sorridentes e atenciosos. Claro que toda a regra tem alguma exceção, pois afinal ao longo de 6 dias 3 pessoas terem acordado de mau humor pode-se chamar de exceção, né?
Já sei, já sei! Apenas isso já é o suficiente para você, mas tem mais. Perder-se em Paris é um privilégio! Em cada travessa pode-se encontrar uma ruela toda decorada de flores, uma praça com um lindo café e bicicletas estacionadas esperando seus donos. Em cada bairro é possível perceber seus negócios e então percebemos como somos influenciados pelos americanos. Os negócios franceses são pequenos e tem apenas uma pessoa para atender. Sua decoração vai até a rua e quem se enamora de algum produto leva-o até o interior da loja e pede para pagar. Se há outras pessoas na frente, todos esperam. Sim, há sistema de câmeras por todos os lados, mas eles não parecem preocupados com a moral daqueles que ali transitam. Elês tem certeza que receberam pelos produtos ofertados. Essa única pessoa que atende, na maioria das vezes é o próprio dono, que define a hora de abertura e fechamento. Assim, Paris caminha dentro de seu próprio tempo, tranqüilo tempo...
Os negócios são pequenos, mas a qualidade é grande. Têm-se a impressão que ninguém se estabelece para ser mais um e apenas para ganhar dinheiro vendendo um produto do qual não possam se orgulhar de fazer. E fazer com prazer. Parece que eles procuram a melhor matéria prima, a melhor apresentação, a melhor decoração. Os copos são todos de vidro. Você acaba por desconhecer a existência de copo descartável. Aliás, todos são taças, todos tem pé. Pedir o vinho da casa é natural, mas mais natural que isso é pedir a água da casa, ou seja, a água da torneira. E sabem como ela vem servida? Numa garrafa ou jarra linda!!! Não preciso dizer que a água da torneira é mais gostosa que aquela mineral servida na garrafa de plástico, certo?
As flores são mais flores, têm mais cor e são mais formosas. O chocolate tem mais gosto, os pães tem mais sabor e os aromas tem mais perfume. Inclusive os ruins!
Os parisienses não andam tapados de perfume, como sempre diziam os antigos, mas que alguns não tomam banho e acabam por arruinar um quarteirão, lá isso eu senti, in loco! Mas foram poucos...poucos...
Ao lado de um pequeno mercadinho tem uma floricultura, que ao lado tem uma padaria, que ao lado tem uma chocolateria e ao lado tem uma tabacaria. Todos estes aromas se misturam e são magníficos! E, talvez por causa disto, Paris tem, uma cor especial!
Nesta época do ano, outuno, vi um céu mais azul que nosso anil do hino, suas calçadas vão do vermelho alilazado, passando pelo laranja e chegando ao amarelo ouro. São as folhas de plátano que caem e cobrem as ruas dando um ar mais nobre a exata cidade encantadora!
Vejam as fotos e depois seguirá Paris 2 – mais uma parte.
Bonne nuit!








Pasmem, este é um fumódromo...




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